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Fundada em 19 de Junho de 2000, com objetivo de pesquisar, resgatar e incentivar a cultura e os costumes da raça negra através de atividades recreativas,desportivas e filantrópicas no seio no seu quadro social da comunidade em geral, trabalhar pela ascensão social, econômica e politica da etnia negra, no Municipio, Estado e no Pais.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O Brasil já teve seu "Obama"

Nilo Peçanha, presidente do Brasil entre 1909 e 1910, era mulato, embora muitas vezes fosse retratado como branco. Outras figuras públicas do país tinham fotografias retocadas para ocultar seus traços raciais, explica o diplomata e membro da Academia Brasileira de Letras Alberto Costa e Silva.
No dia 5 de novembro, a imagem de Barack Obama estampou a capa de praticamente todos os jornais do mundo. Sua eleição, anunciada na véspera, merecia de fato o destaque: é a primeira vez que o negro vai ocupar a Casa Branca.
O fato histórico gerou a comemoração de muitos segmentos da comunidade negra em todo o mundo, inclusive aqui no Brasil. O que poucos brasileiros sabem, contudo, é que já tivemos um presidente negro. Nilo Peçanha, que era vice de Afonso Pena, assumiu a presidência com sua morte e exerceu o cargo de 14 de junho de 1909 a 15 de novembro de 1910. De origem humilde, Peçanha construiu uma sólida carreira política, ascendendo, em um intervalo de poucos anos, de senador a presidente do estado do Rio de Janeiro - nome da época para o cargo de governador - e a presidente do Brasil. Filho de um padeiro,viveu uma infância simples em um sítio no interior do Rio de Janeiro até sua família se mudar para a capital. Peçanha era mulato - sua mãe era negra - e a imprensa da época constantemente fazia charges e anedotas referentes à cor de sua pele. Apesar disso, no campo político, a origem não foi um empecilho. Isso porque, no Brasil, o status social é mais importante que a cor, segundo o diplomata e membro da Academia Brasileira de Letras Alberto Costa e Silva. "Ninguém foi atrás de publicar que um avô de Fernando Henrique Cardoso era negro. Não usaram isso contra ou a favor dele", afirma Costa e Silva.

Margarida Telles, revista Época, fonte Fundação Cultural Palmares

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