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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Em posse, Lula muda status da Seppir e depois se desmente


Brasília - O ato de posse do novo ministro da Igualdade Racial, deputado federal Edson Santos (PT-RJ) nesta quarta-feira (20/02) em substituição a ex-ministra Matilde Ribeiro exonerada por envolvimento no caso dos cartões corporativos, foi marcado por uma gafe do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve de ser corrigida depois pela própria Secretaria de Imprensa da Presidência da República.
Lula levou lideranças negras quase ao delírio, despertando o “olé,olé, olé, olé, olá” da campanha eleitoral de 2002, quando anunciou a transformação da Seppir em Ministério, acrescentando que acabara de enviar Medida Provisória nesse sentido ao Congresso.
“Agora mandei uma Medida Provisória transformando em Ministério. O problema é que eu agora vou ter a Secretaria das Mulheres, a Secretaria da Pesca, a Secretaria dos Direitos Humanos reivindicando a mesma coisa – disse o Presidente, interrompido por palmas e gritos de pé da platéia de cerca de 400 pessoas que lotou o salão de atos do Palácio do Planalto.

Mais tarde, a própria Secretaria de Imprensa da Presidência se encarregou de corrigir o Presidente, informando que a MP apenas mudará o status do titular da Secretaria, que passará a ser chamado ministro de estado chefe da Seppir. Sem essa providência, Santos teria que renunciar ao mandato para assumir a Secretaria.
A posse
A solenidade de posse começou, anteriormente prevista para as 11h, começou com quase duas horas de atraso. Na mesa, junto com Lula e o novo ministro, o interino, Martvs Chagas (que o presidente pediu que seja aproveitado na equipe, deixando o novo ministro numa saia justa), a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rouseff, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN) e o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT/SP).Na primeira fila, pelo menos seis ministros, entre os quais, o da Justiça, Tarso Genro, Luiz Marinho (Previdência Social), Miguel Jorge (Indústria e Comércio), José Temporão (Saúde), Paulo Bernardo (Planejamento), o presidente do PT Ricardo Berzoíni, e o governador do Rio, Sérgio Cabral, que teria feito acordo com Lula para que este indicasse Santos para a Seppir, retirando-o da disputa pela Prefeitura nas eleições deste ano, acordo que favorece o candidato de Cabral.O novo titular da Seppir, que falou quando o presidente já havia se retirado com toda a mesa, alegando outro compromisso, se comprometeu a “continuar e aprofundar as medidas adotadas por Matilde”; disse que defenderá a política de cotas, a anistia póstuma a João Cândido – o marinheiro que liderou a Revolta da Chibata, em 1.910) e a Agenda Social Quilombola, na qual o Governo promete investir R$ 3 bilhões nos próximos três anos.

Show de Lula
Na posse do novo ministro da Seppir, Lula, bem humorado, aproveitou para filosofar sobre a amizade, dar conselhos (viaje bastante) e jogou a culpa pela não aprovação do Estatuto da Igualdade Racial no próprio movimento negro.

“Esse projeto está lá há muito tempo. Enquanto vocês continuarem brigando ele ficará mofando lá. Então, por favor, muito juízo, muita competência”, disse, para depois apelar em tom paternal. “Faço um apelo a todas as correntes do Movimento Negro. Enquanto vocês não se puserem de acordo, esse Estatuto não vai ser votado. Até porque, quem vai votar é de maioria branca. Quero pedir a vocês que se unifiquem numa única proposta para que esse Estatuto seja aprovado. Faço este apelo em nome da companheira Matilde”, disse.
O Estatuto já aprovado pelo Senado, está há anos parado na Câmara Federal e, só no ano passado, graças à mobilização desencadeada em São Paulo com a coleta de 100 mil assinaturas e caravanas à Brasília, o presidente da Câmara Arlindo Chinaglia, presente na mesa da posse, se comprometeu a formar uma Comissão Especial (cujos membros ainda não foram designados pelos partidos) e uma Comissão Geral, que promoveu audiência pública na Câmara.
Embora seja esta a segunda vez em menos de seis meses que o Presidente responsabilizada os negros pela não aprovação do Estatuto (a primeira foi em 20 de Novembro), a base de apoio ao Governo é amplamente majoritária e teria condições de aprovar o projeto se ele determinar a sua articulação política providências nesse sentido.
A fala do presidente e o anúncio da transformação da Seppir em Ministério por medida provisória, depois desmentido, provocou entusiasmo, até mesmo do senador Paulo Paim (PT/RS), autor do projeto do Estatuto. “Com o status de Ministério (da Seppir, que seria em seguida desmentido) e a fala do Presidente, não tem como esse Estatuto não sair esse ano”, afirmou Paim.
Desagravo
Além dos conselhos e do tom paternal, Lula aproveitou a posse do novo ministro para fazer uma espécie de desagravo à ex-ministra que saiu por ter virado alvo como campeã de gastos com cartões corporativos, ainda que inferiores em 90 vezes, os gastos com carne para churrasco, bebidas e vinhos feitos pela Secretaria de Organização da Presidência, responsável pelo custeio das contas do Presidente e família.
“A companheira Matilde não cometeu nenhum crime, nenhum delito, mas apenas falhas administrativas. Eu mesmo cheguei a comentar numa conversa muito franca com ela, que não compensava ela ficar no cargo para ser massacrada e triturada como foi em 10 dias consecutivos. Ela continua intocada, apenas deixou o cargo", afirmou Lula. A cada frase do Presidente, a platéia ia ao delírio, levantando-se para aplaudir.

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